"Não pretendo ter um busto"
Superesportes inicia série com perfis de personalidades do esporte que tiveram suas vidas mudadas em 2011. O primeiro a ser entrevistado é o presidente da FPF, Evando Carvalho
Diario de Pernambuco
Última semana de 2011. Época para a avaliação pessoal, das conquistas alcançadas, das oportunidades perdidas, das mudanças proporcionadas pelos caminhos escolhidos, descobertos. No esporte pernambucano, sete pessoas passaram por isso, chegando a 31 de dezembro bem diferentes daquele perfil em 1º de janeiro. Maturidade, evolução, surpresa, volta por cima e aprendizado. O Superesportes inicia hoje uma série com sete desportistas que, de alguma forma, jamais vão se esquecer deste ano. A série de perfis começa com o presidente da FPF, Evando Carvalho. Um nome quase “secreto” para o grande público, mas alçado de maneira surpreendente, e trágica, ao comando do futebol do estado.
Logo na entrada da sede da Federação Pernambucana de Futebol, um edifício azul na Boa Vista, a presença dos bustos dos dois presidentes mais longevos da entidade, Rubem Moreira, de 1955 a 1982, e Carlos Alberto Oliveira, entre 1995 e 2011. Quem criou e quem desenvolveu a FPF, na visão do atual mandatário, Evandro Barros Carvalho. Um dirigente de perfil bem diferente daquele visto nas últimas décadas no comando do futebol local, priorizando a função técnica, executiva, à força política, assistencialista. Talvez por isso a pressa na seguinte afirmação: “Não pretendo ter um busto”.
Com pouco mais de 100 dias, a gestão começou de forma inesperada, diante de uma fatalidade, com o infarto fulminante de Carlos Alberto, em 29 de agosto. Às pressas, a condução ao poder de um nome até então desconhecido do torcedor. Antes, havia exercido durante muito tempo o papel de “bombeiro” na FPF, desarticulando entreveros comuns na rivalidade pernambucana e mediando o contato entre a federação e a CBF, afastadas na mesma proporção da inimizade de quase 15 anos entre o falecido presidente e Ricardo Teixeira, fato encerrado somente em 2009. “Eu só aparecia aqui para resolver crise, de todos os tipos. Na CBF, foi importante a reaproximação de duas bandeiras tão importantes, quanto a de Pernambuco e a do Brasil. Tudo aquilo me fortaleceu”, relembra Evandro.
O papel de coadjuvante foi suplantado pelo principal, passando a assinar com letras garrafais as suas inicias (EBC) em todos os documentos oficiais da federação. Era o ponto de partida para uma grande virada na vida do advogado de 56 anos, casado, pai de três filhos e avô há menos de um mês. Assumidamente torcedor do Sport, o dirigente diz ser essencial enxergar a FPF como uma empresa, sem qualquer tipo de paixão. “A FPF é isenta, independente. Outros diretores torcem por outros clubes e não há problema algum. O nosso sistema é profissional e o papel da liderança precisa ser o de um CEO (diretor executivo, numa sigla em inglês)”, afirma, numa linguagem já incomum à
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