Desconfiança que virou unanimidade
Waldemar Lemos é o protagonista de hoje da série que retrata a trajetória de alguns personagens que tiveram um 2011 especial
Quando foi anunciado em 3 de maio como o treinador que assumiria o Náutico para a Série B, Waldemar Lemos foi recebido com uma avalanche de críticas. Antes mesmo de retornar aos Aflitos para a sua segunda passagem e poder mostrar o porquê de ter ganho uma nova chance na Rosa e Silva, o técnico foi questionado por boa parte da imprensa, dos torcedores do Náutico e até por integrantes da diretoria alvirrubra. O então presidente do Conselho Deliberativo, André Campos, chegou a chamar Waldemar de "mercenário" e "fraco". Após começar o ano de 2011 à frente do modesto Cabofriense e se transferir para o não menos modesto Duque de Caxias, o carioca Waldemar, 57 anos, voltaria ao Timbu depois de dois anos para escrever uma reviravolta na sua carreira, respondendo com resultados.
O início foi ruim. Na estreia, uma sonora goleada para a Portuguesa: 4 a 0. O placar só fez aumentar a pressão. Nada, entretanto, que o fizesse alterar o tom de voz e mudar o semblante sereno e confiante. Pouco a pouco, os resultados positivos foram aparecendo, o Náutico foi se estabelecendo no G4 com uma campanha regular e, lentamente, as críticas se transformaram em elogios.
Elogios para os treinos puxados com até três horas de duração. Para as declarações coerentes, de quem, mesmo quando estava por cima, evitou ser deselegante e causar um mal-estar desnecessário. Pela gestão de quem conseguiu unir um grupo reduzido e com atrasos salariais e passou a ser chamado de pai pelos atletas. Por tudo isso, o treinador, que sempre fez questão de exaltar a sua fé, acabou a Série B como vice-campeão da Segundona, levando o Timbu de volta à Série A. Tornou-se unanimidade. Ovacionado pela torcida, amado pelo seus atletas e com o contrato prorrogado (com pompas de ídolo) por mais um ano nos Aflitos, o técnico teve uma temporada sem igual na sua carreira. Que ele espera superar em 2012. Os alvirrubros torcem por isso.
Diario de Pernambuco
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