A retribuição de Fabiane
Depois de quase 20 anos morando em São Paulo, "filha" de Camaragibe volta à cidade para disputar a Corrida para a Luz
Diario de Pernambuco
Ano de 1986. Aos 8 anos, nas ruas de Camaragibe, Fabiane Cristine dava os primeiros passos de sua carreira. Incentivada por um vizinho - um entusiasta do atletismo - a menina trocou a boneca por um par de tênis onde seus pés sobravam e passou a correr feliz. Em pouco tempo, a brincadeira virou paixão e mais rápido do que imaginava, transformou-se em meio de vida. Aos 14, as premiações, por mais magras que fossem, já ajudavam no sustento de casa, onde vivia com a mãe, o padrasto e dois irmãos. Agora, aos 33, ela volta ao lugar onde tudo começou, para participar da 13ª edição da Corrida para a Luz, que será disputada neste domingo, a partir das 16h. Agora, como uma das principais corredoras do Brasil.
Por alguma razão que Fabiane só veio a entender anos depois, os treinamentos de duas vizinhas despertava-lhe uma curiosidade irresistível. O convite do pai das meninas, o comerciante José Augusto, foi recebido com alegria. “Na mesma hora, levei ‘Seu’ Augusto pra falar com minha mãe pra ela autorizar”, lembra a atleta. Sem qualquer apoio de patrocinadores, a “equipe” encarava longos trajetos de ônibus para participar das primeiras competições. “Quanto tinha uns 10 anos, participei pela primeira vez de uma corrida de verdade, na Imbiribeira. Terminei em 3º lugar”, acrescenta.
Aos 14, as premiações conquistadas já ajudavam a pagar as contas da casa. “Ali, eu já vivia praticamente das corridas. Tudo o que eu fazia era pensando nos treinos e nas competições. Era dali que eu juntava um dinheirinho pra comprar minhas coisas e ainda ajudava em casa”, lembra. Dois anos mais tarde, a proposta da única equipe que defendeu na carreira representaria uma mudança radical. A começar pelo endereço. “Tinha que me mudar para São Paulo”, recorda Fabiane. “Foi ali que vi qual seria o meu futuro: viver do atletismo.”
Trocar a família pelo esporte tão cedo nunca esteve nos planos de Fabiane, mas o desafio foi encarado. “No começo, foi muito difícil. Mais do que eu podia imaginar. Eu sofria de lá e minha mã de cá. Mas sabia que precisava superar a saudade também para conseguir vencer”, ressalta. A corredora garante que valeu a pena, que acumula títulos como o ouro nos 5.000 m, no Sul-Americano disputado na Argentina este ano. “O atletismo me deu tudo. Além da oportunidade de proporcionar um futuro melhor para a minha família, conheci meu marido correndo e espero poder retribuir.”
Por isso, a Corrida para a Luz representa mais que uma simples competição para a pernambucana. “Quando vejo essas crianças correndo, lembro de quando comecei e espero servir de exemplo para os que acham que não vão conseguir. No nosso caso, correr atrás dos sonhos não é só uma modo de falar. É um meio de vida.”
Por alguma razão que Fabiane só veio a entender anos depois, os treinamentos de duas vizinhas despertava-lhe uma curiosidade irresistível. O convite do pai das meninas, o comerciante José Augusto, foi recebido com alegria. “Na mesma hora, levei ‘Seu’ Augusto pra falar com minha mãe pra ela autorizar”, lembra a atleta. Sem qualquer apoio de patrocinadores, a “equipe” encarava longos trajetos de ônibus para participar das primeiras competições. “Quanto tinha uns 10 anos, participei pela primeira vez de uma corrida de verdade, na Imbiribeira. Terminei em 3º lugar”, acrescenta.
Aos 14, as premiações conquistadas já ajudavam a pagar as contas da casa. “Ali, eu já vivia praticamente das corridas. Tudo o que eu fazia era pensando nos treinos e nas competições. Era dali que eu juntava um dinheirinho pra comprar minhas coisas e ainda ajudava em casa”, lembra. Dois anos mais tarde, a proposta da única equipe que defendeu na carreira representaria uma mudança radical. A começar pelo endereço. “Tinha que me mudar para São Paulo”, recorda Fabiane. “Foi ali que vi qual seria o meu futuro: viver do atletismo.”
Trocar a família pelo esporte tão cedo nunca esteve nos planos de Fabiane, mas o desafio foi encarado. “No começo, foi muito difícil. Mais do que eu podia imaginar. Eu sofria de lá e minha mã de cá. Mas sabia que precisava superar a saudade também para conseguir vencer”, ressalta. A corredora garante que valeu a pena, que acumula títulos como o ouro nos 5.000 m, no Sul-Americano disputado na Argentina este ano. “O atletismo me deu tudo. Além da oportunidade de proporcionar um futuro melhor para a minha família, conheci meu marido correndo e espero poder retribuir.”
Por isso, a Corrida para a Luz representa mais que uma simples competição para a pernambucana. “Quando vejo essas crianças correndo, lembro de quando comecei e espero servir de exemplo para os que acham que não vão conseguir. No nosso caso, correr atrás dos sonhos não é só uma modo de falar. É um meio de vida.”
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