Marcelinho Paraíba é liberado do presídio
Após ser indiciado por tentativa de estupro, jogador passou quase 3h30 preso
Jogador do Sport prestou depoimento por duas horas e acabou sendo indiciado |
Marcelinho Paraíba teria ficado em uma cela com mais seis pessoas. A transferência do jogador rubro-negro à prisão aconteceu por volta das 14h.Se for comprovado o crime, Paraíba pode ser condenado a cumprir uma pena que varia de 4 a 10 anos de reclusão. "Sou inocente e só falo em juízo", resumiu o jogador.
Junto a Paraíba, outros três amigos dele também foram encaminhados à carceragem da cidade, autuados por desacato à autoridade. O delegado, irmão da vítima, de 31 anos, que acusou o jogador de tentar beijá-la a força.
Eles também prestaram depoimento em função da denúncia de desacato à autoridade. Como se trata de um crime afiançável, os acusados pagaram a quantia estipulada e foram liberados.
Irmãos de criação - O delegado que acompanha o caso, Fabio Zóccola, informou que os nomes dos pais de Rodrigo Pinheiro e da suposta vítima não são compatíveis assim como os sobrenomes dos dois. Sobre o assunto, Pinheiro informou em depoimento que os dois eram irmãos de criação.
Suposta vítima é irmã de delegado |
A Polícia Militar foi chamada ao local e, impedida, por amigos de Marcelinho, de entrar na festa, chamou reforços e um total de 8 viaturas foram envolvidas na ação marcada por quebra-quebra e tiros para o alto. Ainda não é sabido, no entanto, se o disparo partiu da PM ou da arma do próprio delegado Rodrigo Pinheiro. O caso está sendo investigado pelo delegado Fernando Antonio Zoccola. "Não vi ilegalidade de nenhum tipo na ação e o depoimento das testemunhas não deram margem para contradições", afirmou.
De acordo com o advogado de Marcelinho Paraíba, Afonso Vilar, alegou que o jogador assumiu ainda estar sob efeito de álcool e ter tentado beijar a mulher, mas que nega ter havido qualquer tipo de agressão. A versão é duramente contestada pelo irmão da vítima, o delegado Rodrigo Pinheiro, que, no momento da suposta agressão, havia saído para reabastecer a festa de bebidas alcoolicas.
De acordo com os profissionais da imprensa que acompanham o caso, o homem também se encontra bastante embriagado e teria agredido os jornalistas dos Diarios Associados, Renato Diniz e Charles, da TV Borborema, com empurrões e agressões verbais, inclusive chegando a tirar parte dos equipamentos de trabalho dos repórteres e os ameaçado, alegando que eles seriam perseguidos enquanto estivessem na cidade. A agressão, no entanto, não foi registrada pelos profissionais e o delegado não deverá responder pelo crime.
Segundo testemunhas que estavam na festa, cerca de 50 pessoas estavam presentes no local. O evento seria recorrente na cidade, sempre que o jogador voltava à Campina Grande, e seria marcada por grande quantidade de bebidas e drogas ilícitas. Dois amigos de Marcelinho Paraíba que estavam no local e tentaram impedir a entrada da polícia na granja também acabaram detidos e prestam esclarecimentos. A identidade da dupla, no entanto, ainda não foi revelada.
Estupro - Apesar de se tratar de um suposto beijo forçado, o jogador Marcelinho Paraíba pode ser acusado do crime de estupro. Isso porque, com as alterações do Código Penal Brasileiro, segundo o artigo, o delito é caracterizado por qualquer ação que constranja mulher à conjunção carnal, de qualquer tipo, mediante violência ou grave ameaça. Já os dois amigos do atleta devem responder por desacato a autoridade. Ainda não se sabe se o delegado Rodrigo Pinheiro será indiciado pelo seu comportamento.
Clube - Edmilson Santos, supervisor de futebol leonino, viajou para a cidade para oferecer assistência ao atleta.Foi o próprio Edmilson quem conversou com a esposa de Marcelinho Paraíba sobre o incidente. "As informações ainda são preliminares, nebulosas. O jogador está de férias e o fato se remete à esfera pessoal. Mas, se ele precisar, o clube vai prestar toda assistência", garantiu o diretor jurídico do Sport, Arnaldo Barros.
O diretor explicou o motivo da ida do interlocutor a Campina Grande. "Mandamos um emissário para verificar qual é a real situação. O atleta constituiu advogados por lá. Se ele quiser, podemos indicar profissionais especializados para construir a defesa da melhor forma possível", afirmou Arnaldo, explicando os motivos da escolha da pessoa designada a acompanhar o caso in loco. "É do departamento de futebol, uma pessoa mais próxima ao jogador. Para dar conforto a ele e à família", declarou.
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