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terça-feira, 1 de novembro de 2011


GOVERNADOR DO RIO, TROFÉU ÓLEO E PEROBA...



Ninguém é de ferro. Mas Cabral é particularmente frágil

Cabral e senhora

Existe alguma norma, estatuto, código ou lei que limite o número de viagens de lazer a serem feitas por um servidor público no período de um ano?
Ou existem servidores e servidores - uns só podem sair de férias uma vez por ano, outros quantas vezes queira?
Pela sexta vez somente este ano, o governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, largou o cargo para viajar ao exterior. Desta vez foi a Lisboa, onde passará dois dias trabalhando a partir de hoje, segundo sua assessoria.
Fará uma palestra para empresários. Conversará com técnicos sobre os bondinhos de Santa Teresa.
É fato que ele aproveitou o feriado da última sexta-feira (Dia do Servidor Público) e embarcou com a mulher para outra cidade européia. Mas a assessoria não informa qual. Nem o dia que ele embarcou.
Em compensação, informa que no fim de semana o vice-governador Luiz Fernando Pezão assumiu o lugar de Cabral - de resto como sempre costuma fazer, chova ou faça sol. Se chover então...
Temos aí um probleminha.
Digo probleminha por que se poucos ligam para graves desvios de conduta dos nossos governantes quantos ligarão para o hábito de um governador de abandonar seu Estado sempre que possível?

O probleminha: ontem, a assessoria de Pezão revelou que ele se afastara das funções de vice na última sexta-feira para ir cuidar da saúde. Descansará por uma semana em um spa de Cantagalo.
Nada mais justo e merecido.
Logo... Logo Pezão não substituiu Cabral.
Não é possível que a assessoria de Cabral ignorasse isso.
A assessoria de Paulo Melo (PMDB), presidente da Assembléia Legislativa do Rio, apressou-se a dizer que na ausência de Pezão foi ele que assumiu a vaga de Cabral. E até assinou decretos autorizando obras.
Na verdade, o mais provável é que o Rio tenha ficado sem governador de fato durante dois ou três dias - mas quem liga ou quem se deu conta?
Não cobrem da assessoria de Cabral maior transparência sobre o que seu assessorado faz ou deixa de fazer. Ela cumpre ordens.
As assessorias têm seu santo de devoção - São Ricúpero. Que em definitivo ganhou um lugar nos altares ao proclamar:
- O que é bom a gente mostra. O que é ruim a gente esconde.

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